sábado, 29 de junho de 2013

A greve geral dos imbecis

Direto ao ponto : greve geral sem a convocação de sindicatos e centrais sindicais é coisa de imbecil. Nunca na história das lutas trabalhistas, em todo o planeta, uma paralisação foi organizada à revelia  da representação dos trabalhadores. E greve convocada por facebook é de um ridículo de dar dó. Noves fora a má fé política e o golpismo dos seus "líderes", o movimento marcado para eclodir nesta segunda-feira, 01 de julho, tem as impressões digitais da indigência intelectual e do analfabetismo político.


E o pior é ver gente "letrada" dando corda a essa estupidez. Jornalistas da grande mídia telefonam para sindicatos e centrais e perguntam sobre a greve. Diante da resposta dos dirigentes sindicais, esclarecendo que só as entidades de trabalhadores possuem legitimidade para convocar greves, alguns demonstram espanto : " Ah, é ? Não sabia." Para se ter uma ideia do nível do PIG.

Como na internet o facebook vem se destacando como terreno fértil para todo tipo de podridão, as pessoas perguntam nas filas de ônibus, do mercado e dos bancos se vai mesmo haver greve. É evidente que a greve está condenada a ser um fracasso retumbante. E os que embarcarem nessa aventura sem respaldo sindical devem saber que poderão ter o dia descontado ou até perder o emprego, dependendo do patrão.

Da calúnia à pregação explícita da ruptura da ordem democrática, da mentira à propagação da todo tipo de preconceito, da pregação nazifascista à boataria mais irresponsável, vale tudo no modismo cibernético do facebook. Sinto na pele a pressão por  não fazer parte do mundo dos facebookeiros. Meus amigos chegam a traçar um paralelo entre a máxima jurídica, segundo a qual "o que não está nos autos, não está na vida" e a proclamação de que "quem está fora do facebook está fora da vida."

É claro que a maioria esmagadora das pessoas usa essa e outras redes sociais para se relacionar com os amigos ou para defender, debater e difundir ideias. Mas daí a achar que em plena era do conhecimento o facebook se transformou num espaço vital e essencial para a convivência humana vai uma grande distância.

Em artigo recentemente publicado, o antropólogo Hermano Viana chama a atenção para o risco de um volume tão maciço de informações estar sob controle total de uma empresa norte-americana e alerta para as armadilhas explicitas dos termos de uso do facebook, os quais, naturalmente, ninguém lê.

Falando sobre mobilização sindical séria, vale informar que as centrais sindicais promoverão atos e paralisações no dia 11 de julho, em defesa do destravamento da pauta da classe trabalhadora, que inclui 40 horas semanais, fim do fator previdenciário, não ao projeto de terceirização do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), 10% do PIB para a educação,10% do PIB para a saúde e reforma agrária, dentre outras reivindicações.

  


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