domingo, 22 de setembro de 2013

A escola em que se formaram os militantes do ódio

Dia desses li um interessante artigo do Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, sobre o perfil reacionário, grosseiro, intolerante e calhorda dos leitores dos sites da grande mídia que comentam suas notícias. Nogueira chega a dizer que se um estrangeiro, por exemplo, tomasse o caráter do povo brasileiro pelos comentaristas de UOL, G1, Globo.com e congêneres tomaria um susto e teria de nós a pior impressão.

Felizmente, essa banda abjeta da classe média cevada pelo PIG está longe de expressar  o pensamento  médio da  população brasileira. Mas é verdade também que nunca antes na história deste país tantos homens e mulheres perderam completamente a vergonha de manifestar na internet as teses mais extremistas e xenófobas na política, o preconceito mais execrável e a visão mais desumana sobre adversários políticos.

Na verdade, eu nunca imaginei que o seio da população brasileira abrigasse tamanha quantidade de descerebrados e mesmo de nazifascistas. Dia sim, outro também, essa gente  baba de ódio nas redes sociais e nos sites de notícia a tudo que lembre o PT, Lula, Dilma, esquerda e movimentos sociais.

Por  falta de um mínimo de informação qualificada, civilidade e educação, eles fogem do debate  como o diabo da cruz. Aprisionados num mundo paralelo à realidade, se expressam, em geral, em linguagem chula, típica das trevas e do submundo da política. Sem nenhum pudor e respeito às famílias e amigos dos que elegem como inimigos, vibram na internet com doenças e mortes de petistas.

No momento em que escrevo, seguro o ímpeto de citar algumas mensagens desses corvos e abutres sobre casos concretos de lideranças do PT enfermas ou mortas. Melhor poupar meu estômago, meu fígado e minha saúde. Prefiro lembrar que concepções tão sombrias de vida não nasceram assim do nada, nem tiveram como parteiras esta ou aquela conjuntura política.

Está na cara que essas cabeças de merda foram forjadas através da leitura amiúde dos Reinados Azevedo, Augusto Nunes e Mainardis da vida,  mestres da intolerância e do antipetismo patológico. Na certa, recebem também na veia fortes doses diárias de Jabour, Merval e Noblat e  aplaudem os artigos de Marco Antonio Villa e de Olavo de Carvalho. Sobre economia, se envenenam sobre a situação e os rumos do país com as previsões sempre furadas e a torcida contra o Brasil de Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardemberg.

Para essa alcateia feroz produzida pelo PIG, não existe cidadão, mas sim consumidor. Já as cotas raciais e sociais são verdadeiros palavrões e o Bolsa Família é um programa eleitoreiro do PT, feito sob medida para estimular a vagabundagem. Ah, eles só admitem enfrentar a complexa questão das drogas com repressão, porrada e cadeia. Também defendem com todo o ardor a redução da maioridade penal e a pena de morte.

Acham ainda que o grande mal do Brasil é a corrupção na política, mas não hesitam em subornar um guarda ou sonegar impostos. E são contra o financiamento público das campanhas eleitorais porque seus "gurus" da mídia de direita dizem que essa mudança só beneficiaria o PT. Sem-teto, sem-terra, causa indígena ? Bando de desocupados, chamem a polícia.

E pensar que muitas crianças, adolescentes e jovens estão sendo criados e educados por famílias com esses valores. Que tristeza !









3 comentários:

  1. Bepe muito bom o artigo, vou reproduzir no meu blog ainda hoje.

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  2. Esqueceu de citar a saudade que têm da ditadura.
    E tanto ódio só pode ser por necessidade de focar "O" inimigo. Espécie de transferência de ódio por todos a um partido, uma sigla, um contexto político, impedidos que são de reinar em absoluto os seus narcisismos.

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  3. Ótimo texto. Só quero fazer uma observação: o nome do Sardenberg é Carlos Alberto e não Ronaldo, ok? O resto, eu assino embaixo.

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